segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Eu Me Pertenço, Eu Me Permito: Ser Livre e Contraditória

Oi, meu nome é Anônima Rotulada. Tenho 23 anos e sou lésbica-hétero-bissexual. Ativa-passiva-relativa-criativa-alternativa. Sou sua mãe, seu pai, sua filha, seu filho, sua irmã, seu irmão, sua amiga, seu amigo, namorada e namorado. Posso até ser sua mulher e seu marido também. Sou tudo e sou nada. Todos os nomes e palavras. Às vezes sou um, às vezes sou dois ou mais. E pra cada uma dessas coisas que sou, estipularam tarefas que tenho que cumprir e maneiras como eu supostamente deveria agir. Castrando a minha autonomia e vontade própria, eles querem que o meu Eu seja algo próximo, igual ou superior ao seu Eu, para quem sabe um dia possa me comparar à você ou lhe substituir, nessa disputa mesquinha de quem é melhor. Eu é que não quero mais fazer parte dessa fábrica de produtos humanos com rótulos, bulas e modos de usar. Todas essas responsabilidades e limitações que acompanham o verbo –ser-, estão me cansando e de fato, NÃO SÃO pra mim. Sinceramente, acho que esse verbo só fica bom, quando colocado ao lado do adjetivo livre.

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