terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dia Latino-Americano Pela Descriminalização do Aborto

Para Goretti Lopes, chefe de gabinete da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, o aborto deve ser tratado sem hipocrisia, como um caso de saúde pública.





Aborto Legal, Seguro e Gratuito é Direito de Toda a Mulher:



Neste Domingo (25/09), o Coletivo Antissexista Corpos Em Revolta organizou um ato pela
descriminalização do aborto.
O protesto ocorreu no Brique da Redenção (Porto Alegre/RS), por volta das 16 horas. A cada 8 minutos, tocava o sino e um grito de revolta pedia à atenção das pessoas que passavam, para que ao menos refletissem sobre o tema. Gritávamos: "Morreu mais uma mulher, vítima de aborto clandestino". Após algum tempo, saímos em caminhada por todo o parque, com os corpos riscados e as faixas erguidas. Nesse momento, fomos seguid@s por um homem, que tentou interferir no protesto de modo pejorativo. Nos enfrentando com frases como "matadoras de criancinhas", "assassinas"... e assim, correndo à nossa frente e deturpando nosso real intuito e fazendo terrorismo psicológico com famílias que passeavam com suas crianças no parque. Este homem desconhecido não desistiu e nos acompanhou com seu discurso ofensivo até o fim do ato, que teve seu fim na frente do Arco da Redenção.
Apesar de termos contado com um pequeno número de pessoas, observamos que muit@s nos apoiaram e demonstraram bastante interesse no assunto.












( Fotos: Marian Pessah, Ornella Dapuzzo. )

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Incentivador de Estupradores é Destaque no The New York Times

" Rafinha Bastos (34), eleito o mais influente do Twitter, será apresentado ao público nova-iorquino no próximo domingo, 7, quando será capa do caderno Arts and Leisure do jornal The New York Times. A publicação entrevistou o humorista brasileiro para fazer um perfil de duas páginas e assistiu seu espetáculo stand up.
A matéria com Rafinha foi feita pelo jornalista americano Larry Rohter (61), correspondente do jornal que, em 2004, teve seu visto para o Brasil cassado devido uma reportagem polêmica sobre o ex-presidente Lula. O site do The New York Times já traz uma prévia da matéria impressa, apresentando Rafinha como o ‘líder de um grupo de comediantes brasileiros irreverentes e destemidos’.”
( Fonte: Caras UOL )

É triste e revoltante saber que um cara que diz que "mulher feia quando é estuprada deveria agradecer ao estuprador" é o MAIS INFLUENTE DO TWITTER. Ele faz apologia à violência contra a mulher EXPLICITAMENTE, em forma de piada. Todo o seu humor, se resume à piadas machistas. 2.754.363 pessoas o seguem no Twitter. Presumo que mais de 2.754.363 pessoas estão rindo de sua piadas, e me pergunto, se dessas 2.754.363 pessoas, alguma tem na família ou conhece uma vítima de estupro.

Sexismo Linguístico: "O HOMEM"

Eis um tema que merece atenção e reflexão: O sexismo linguístico. Esta questão é dada por irrelevante, mas embora a gente não perceba, reproduzir a linguagem (falada e escrita), como aprendemos, é de certa forma, perpetuar o patriarcado. Pois mais uma vez a mulher é invisibilizada. E isso acontece principalmente na língua portuguesa, que para especificar um grupo com mulheres e homens, ultiliza sempre o gênero no masculino - Os, todos, eles. E também refere-se à humanidade como “O HOMEM”. Ou seja, a mulher é inexistente nos livros de português. A mulher é inexistente nos livros de história. A mulher é inexistente nos livros de psicologia. A mulher é inexistente na linguagem. E reivindicar isso, é consequentemente, ser chamada de radical. Porque o artigo não tem nada a ver com o machismo. Porque não tem relação. Porque é só “modo de dizer”. “Força do hábito”. É “modo de dizer” usar frases pejorativas machistas/racistas/homofóbicas/especistas. É conveniente deixar como está, já que essas expressões NUNCA ofendem os homens-brancos-heterossexuais-especistas. Quer ofender um homem heterossexual? Chama ele de ‘mulherzinha’. Quer dizer que o trabalho dele tá mal feito? Diz que é ‘coisa de negão’. Chame ele de ‘bixa’ ou de ‘viado’. A nossa linguagem é preconceituosa. Estamos propagando uma linguagem preconceituosa, criando um futuro de pessoas preconceituosas, e insistimos em tratar esse assunto como irrelevante. Insistimos em reproduzir essas atitudes, justificando-as como sendo cultural. E de fato, é cultural. É social. Patriarcal. Nossa luta vai contra o conformismo. É desconstruir. Reinventar.
(Por: Nyh Vignoli)
...

"Nós sabemos apenas essa única língua desses estrangeiros que nos invadem e nos ocupam: continuam eles dizendo-nos que nós somos diferentes deles nós ainda falamos unicamente a sua linguagem e não temos nenhuma (ou nenhuma que lembraríamos) língua própria. Parece também que nós não ousaríamos inventar uma. Sejam sinais ou gestos.

Nossos corpos falam sua língua. Nossas mentes pensam por ela. Estão os homens dentro da gente por dentro e por dentro. Nós ouvimos alguma coisa, um suspiro vago, quase audível, em algum lugar no fundo do cérebro; 'há algum outro mundo', e algumas de nós pensamos às vezes: isso um dia nos pertenceu." (Andrea Dworkin)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Aula de Música Para Iniciantes

Para quem não sabe, eu (Nyh V.), tenho um projeto de aulas de música para iniciantes, em Porto Alegre/RS. O curso visa desenvolver muito mais a prática do que a teoria, e tem foco em noções básicas sobre musicalidade. Toco e tenho contato com a musica há mais ou menos dez anos. Sou autodidata, e fui buscando aprimorar meu conhecimento, para passar à diante. Com a intenção de incentivar o meio musical feminino, ofereço um valor mais acessível para mulheres.

Carga Horária:
1 hora por semana.
Instrumentos:
  • Violão
  • Guitarra
  • Baixo
  • Teclado
Disponibilidade:
Segundas às quintas: 10hs às 21hs.
Sextas: 10hs às 16hs.
Sábados e Domingos: consultar horários.

Opções de Pagamento
Por QuinzenaPor Mês
Homens40,00R$ + 40,00R$80,00R$
Mulheres25,00R$ + 25,00R$50,00R$



Se você se interessou pelo curso e gostaria de ter mais informações, envie um e-mail para thelsiders@gmail.com ou clique aqui e especifique o assunto. Não esqueça de informar sobre o instrumento que deseja aprender, opção de pagamento e seu e-mail/telefone para contato.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Porque Nós Lésbicas Sentimos Como Se Fossemos Aliens?


Desde pequena, vejo a heterossexualidade como um padrão sexual natural. Corrigindo: Desde pequena, MOSTRAM-ME a heterossexualidade como sendo o natural. MOSTRAM-ME a “beleza” esteriotipada e ditada pela mídia e fábricas de brinquedos (posteriormente, fábrica de pessoas), empurrando-me bonecas a goela baixo. Bonecas perfeitas, como a Barbie e suas genéricas: Magras, altas, loiras, morenas, ruivas,depiladas e com um órgão sexual invisível/proibido/intocável. Afinal, desde pequena ensinam-me que eu deveria ter vergonha do meu sexo. Masturbação, nem pensar! Como se fosse inadimissível que eu sentisse prazer sozinha, só pra depois poderem colocar na minha cabeça a necessidade que eu, supostamente teria, de um homem na vida. Ou na minha boceta. Não tenho. Não tive. E quando percebi isso em mim, pela primeira vez, me senti uma aberração. Anti-natural. Anti-mundo. Anti-tudo. Uma adolescente nadando contra o fluxo da heteronormatividade imposta, tendenciosa, excludente e ‘impregnada’ no meio social.

Eu Me Pertenço, Eu Me Permito: Ser Livre e Contraditória

Oi, meu nome é Anônima Rotulada. Tenho 23 anos e sou lésbica-hétero-bissexual. Ativa-passiva-relativa-criativa-alternativa. Sou sua mãe, seu pai, sua filha, seu filho, sua irmã, seu irmão, sua amiga, seu amigo, namorada e namorado. Posso até ser sua mulher e seu marido também. Sou tudo e sou nada. Todos os nomes e palavras. Às vezes sou um, às vezes sou dois ou mais. E pra cada uma dessas coisas que sou, estipularam tarefas que tenho que cumprir e maneiras como eu supostamente deveria agir. Castrando a minha autonomia e vontade própria, eles querem que o meu Eu seja algo próximo, igual ou superior ao seu Eu, para quem sabe um dia possa me comparar à você ou lhe substituir, nessa disputa mesquinha de quem é melhor. Eu é que não quero mais fazer parte dessa fábrica de produtos humanos com rótulos, bulas e modos de usar. Todas essas responsabilidades e limitações que acompanham o verbo –ser-, estão me cansando e de fato, NÃO SÃO pra mim. Sinceramente, acho que esse verbo só fica bom, quando colocado ao lado do adjetivo livre.

Versinho

Te quero leve, te quero livre
Te quero linda, te quero viva
Te quero aí, te quero aqui
Te quero lá, te quero ali
Te quero rindo, te quero chorando
Te quero aprendendo, te quero ensinando
Te quero TUDO, te quero TUA
Mas te quero emprestada, de vez enquando...
(Nyh Vignoli)